O País dos Títulos

Hoje estava pensando em como os portugueses gostam de títulos. "Aquela é a Doutora Fulaninha", "aquele é o engenheiro Sicrano"... E assim vai, no fundo, a maior parte deles não é nada disso. A Fulaninha não é médica e nem muito menos fez doutorado, no máximo tem o curso superior completo e o Sicrano, não é engenheiro de nada. Isso é estranho, mas eles adoram tratar-se dessa forma, impor respeito e uma distancia grande entre eles e as outras pessoas. Aqui, você se forma em qualquer coisa que seja já é o Doutor Alguma Coisa e ai de quem lhe trate por menos!

Nas universidades, os professore não ficam seus amigos [salvo aqueles mais novos e que já têm uma idéia diferente a esse respeito], ao contrário, parece que estão muito a cima de você e que nem que fiquemos nas pontas dos pés conseguiremos alcançá-los... Em uma das minhas disciplinas no mestrado tinha, no programa, uma alínea que dizia: "se o aluno tirar mais que 16 [as notas aqui variam entre 0 e 20] no exame, será submetido a um teste oral". Mas por que? Alguém não pode estudar e conseguir tirar um 16 [ou mais] por mérito, não? Tem de ter levado um "auxiliar de memória" porque os professores são inalcançáveis e os alunos não se aproximam da sua inteligência prodigiosa? Coisas que só acontecem por estas bandas. Os meus professores no Brasil são meus amigos até hoje, de mandar piadas por email e tudo. Nos Estados Unidos, aqueles professores conhecidíssimos mundialmente geralmente são pessoas super acessíveis... Não consigo perceber...

Ontem escolheram o novo presidente de Portugal: Aníbal Cavaco Silva, que já havia sido primeiro ministro e agora vai para a presidência sem precisar de um 2º turno, com 50,6% dos votos dos portugueses.